domingo, 1 de novembro de 2009

Academia ao ar livre

Academia ao ar livre exige cuidados especiais
Usuários dos aparelhos instalados pela prefeitura nos parques de Curitiba podem se prejudicar ao executar os exercícios por conta própriaPublicado em 26/10/2009 Jennifer Koppe
Até dezembro, Curitiba terá 12 academias ao ar livre instaladas nos parques, praças e centros de esporte e lazer da cidade. As primeiras, nos parques Barigui e Tingui, foram inauguradas respectivamente em dezembro de 2008 e janeiro deste ano. O conjunto de equipamentos, semelhantes aos de musculação e alongamento encontrados nas academias convencionais, forma um circuito com o objetivo de trabalhar todos os grupos musculares. Os dez aparelhos permitem uma variação de mais de 20 movimentos diferentes e, por serem usados por pessoas de todos os tamanhos e idades, não necessitam de ajuste. Enquanto alguns trabalham a musculatura com o uso do próprio peso do corpo, outros contam com o auxílio de pesos, fixados ao aparelho e que não pesam mais do que dois quilos.
O objetivo dos circuitos ao ar livre é oferecer às pessoas que não têm condições financeiras ou que não gostam de frequentar as academias comuns a possibilidade de se exercitar, sem pagar nada por isso. Embora os aparelhos tenham como foco usuários da terceira idade, eles podem ser usados por pessoas de todas as faixas etárias, desde que acima de 12 anos, como recomenda a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.
A academia instalada no Barigui tem agradado em cheio os frequentadores do parque. Os aparelhos são ocupados ao longo de todo o dia por pessoas que buscam principalmente fortalecimento e alongamento dos músculos e das articulações. Porém, o que mais chamou a atenção do professor Ricardo Cunha, do curso de Educação Física da Universidade Positivo (UP), foi a falta de um profissional da área para orientar os usuários a como usar o equipamento de forma correta. Segundo Cunha, a execução incorreta de alguns exercícios, principalmente pelos idosos, pode comprometer os resultados do treino e, o pior, provocar lesões.
A farmacêutica aposentada Elisabeth Hirata, 54 anos, usa o circuito do Parque Barigui desde que foi inaugurado. “Só consigo fazer atividade física no parque, odeio academia”, confessa. Ela conta que recebeu orientação de profissionais da prefeitura no início e, por isso, aprendeu a realizar todos os exercícios de maneira correta.
Já o sargento aposentado do Exército Caleb de Lima Silva, 53 anos, que também frequenta o parque regularmente, não recebeu a mesma orientação e lesionou o joelho no leg press. “Seria bom ter alguém por aqui para nos ajudar. Apesar do painel que explica a função de cada aparelho, tenho muitas dúvidas sobre a realização de alguns exercícios”, explica.
A funcionária pública Janice Campanini, 50 anos, deixou de frequentar a academia convencional e passou a se exercitar nos parques por causa da gripe suína. O professor Ricardo Cunha percebeu que ela realizava alguns movimentos de forma inadequada. “Na verdade, não há riscos de ela se machucar, mas ela terá poucos benefícios ao realizar alguns exercícios”, comenta.
Além da falta de orientação, um outro problema, segundo o professor, é a inclusão de alguns equipamentos de pouca utilidade. A rotação vertical, por exemplo, faz com que o indivíduo faça uma rotação do corpo de uma lado para o outro. “Teria a função de fortalecer os membros superiores e melhorar a flexibilidade dos ombros, mas, quando mal executado, pode provocar uma torção da estrutura da coluna. Seria mais benéfico se usado para alongamento”, recomenda.
A falta de conservação de alguns aparelhos também chamou a atenção do especialista. Alguns estavam frouxos e com algumas peças quebradas ou danificadas por causa da oxidação. “A iniciativa da prefeitura é mais do que válida. Mas é importante que o cuidado com a estrutura dessas academias seja feito de perto”, avisa.
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